sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Moral Divina



Moral: convicção íntima ou coletiva, que atribui valores positivos ou negativos a determinadas condutas e pensamentos humanos.

Há quem diga que nossa moral provém de algum tipo de divindade, da Bíblia, ou, pelo menos, que se não existe alguém ou algo para nos vigiar e julgar a todo momento, seríamos selvagens assassinos egocêntricos sem moral alguma. Há quem diga também que o medo do inferno e o desejo do céu é o freio para o ego.
Mas será que isso é mesmo verdade? Será que, se não fosse pelo medo de um castigo eterno, seríamos assim tão maus? Será que todos os ateus bons são exceções, ou todos eles seguem a moral porque temem, inconscientemente, o inferno?
Bem, pra começar, Deus (me refiro exclusivamente ao deus judaico-cristão) e principalmente a Bíblia, estão longe de ser exemplos de moralidade para os dias de hoje, por um motivo óbvio, foi escrita há muito tempo atrás. É normal que um livro escrito na época que a escravidão era aceitável e rentável, faça apologia a escravidão. É normal que um livro escrito por homens ignorantes em diversos sentidos seja machista e homofóbico. Mas não é normal que esses valores sejam admitidos no mundo em que vivemos hoje, que um livro que faça apologia ao sacrifício (tanto animal quanto humano), à escravidão, ao machismo, à homofobia, às guerras e diversas outras coisas que consideramos hoje imorais, seja simplesmente adotado por pessoas que se consideram boas.
Eu sei que a grande maioria dos cristãos, até mesmo os mais fanáticos, não defende todas as “leis” mais absurdas da Bíblia, como apedrejar pessoas, sacrificar crianças inocentes, torturar, guerrear, matar, etc., apenas as partes “aceitáveis”, mas, se temos que usar nossos próprios princípios para selecionar as partes boas das tais leis divinas, então nossa moral não vem da Bíblia, mas de dentro de nós. Nós já sabemos o que é certo e o que é errado, a única diferença é que, a Bíblia, nos promete uma punição severa, e, por medo, muitas pessoas escolhem o “caminho da luz”.
Mas, seguindo essa linha de raciocínio, deveríamos ver por aí ateus (pessoas que não tem medo do inferno) cometendo todo o tipo de atrocidades justificadas com a impunição eterna.. Por que isso não ocorre?
Porque, definitivamente, não é o medo que faz com que nos comportemos bem. Talvez a ciência não possa explicar a vontade de fazer o bem em nossos corações, a satisfação que o amor, a amizade, o altruísmo, ... nos trazem. Mas sabemos que elas não provém do medo ou da ganância, até porque se viessem, não teriam valor algum.

“Se somos bons apenas por temermos o castigo e almejarmos uma recompensa, então somos seres realmente detestáveis” Albert Einstein.

E as pessoas más que têm em sua religião um freio para seus instintos destrutivos? 
Em um mundo sem religião, essas pessoas teriam que achar outro freio, possivelmente mais verdadeiro e sólido do que uma religião. E além disso, a religião de maneira geral não diminui a criminalidade. Posso afirmar que tudo o que a religião inspira de bom, é “apagado” pelo que ela provoca de ruim. E não falo só da inércia mental, mas das coisas ruins que a religião provocou e provoca até hoje em nossa sociedade.
Não posso negar que a religião é algo bom para algumas pessoas, mas posso afirmar que para cada ato bom inspirado pela religião em uma pessoa ruim, temos, pelo menos, um ato ruim inspirado em uma pessoa boa. 

 “Com ou sem religião teremos sempre boas pessoas fazendo coisas boas e más pessoas fazendo coisas más. Mas para termos boas pessoas fazendo coisas más, para isso é preciso uma religião” Steven Weinberg

Mas então, de onde vêm os sentimentos bons? Quais as regras éticas e morais que devemos seguir, e por quê?
Essas são questões que intrigam filósofos, antropólogos e sociólogos desde o início das civilizações. No seu livro “Bilhões e Bilhões”, Carl Sagan dedica um capítulo, “As regras do jogo”, a esse assunto, e nele, Carl cita algumas “regras”, que podemos escolher seguir.

Regra de ouro: Faça aos outros aquilo que você gostaria que fizessem a você.
Regra de Prata: Não faça aos outros aquilo que você não quer que façam a você.
Regra de Bronze: Faça aos outros o que te fazem.
Regra de Ferro: Faça aos outros o que quiseres, antes que façam o mesmo com você.

Claro que nenhuma dessas regras é capaz de resumir um código de ética, mas, é inegável que o mundo chegaria muito próximo da perfeição se todo seguissem a regra de ouro ou, pelo menos, a de prata. Até mesmo a de bronze é aceitável. O grande problema é que a grande maioria das pessoas segue algo parecido com a regra de ferro, literalmente “ferrando” com as pessoas que seguem as regras de ouro, prata e bronze.
De qualquer forma, sabemos o que é certo e o que é errado, mesmo sem ler em nenhum livro sagrado, e, na grande maioria das vezes, fazemos o que é certo, independentemente de haver ou não alguém nos vigiando. Portanto, a religião não torna o mundo melhor, nós tornamos. E é claro que eu devo ressaltar também que, mesmo que isso fosse verdade, e nossos conceitos morais fossem retirados da Bíblia, isso não significaria que ela é verdadeira. 

Separei pra vocês alguns trechos da Bíblia que mostram que ela definitivamente não pode ser tomada como “verdade absoluta” e nem como exemplo de moral:

“Se alguém ferir com pau seu escravo e o indivíduo morrer em sua mão, será punido, porém, se ele sobreviver por um ou dois dias, não será punido, porque é propriedade sua” (Êxodo 21:20,21)

“Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será o sábado de descanso solene, santo ao Senhor; qualquer que no dia de sábado fizer algum trabalho, deve ser morto” (Êxodo 31:15)

“Levarás a tua porta quem tiver cometido esta maldade [crer em outros deuses], e o apredejarás até a morte” (Deuteronômios 17:2,7)

“Ferirás ao fio da espada os moradores daquela cidade, destruindo a ela e a tudo o que nela houver, até os animais. E ajuntarás todo o despojo no meio da sua praça; e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o Senhor teu Deus.” (Deuteronômios 13:13,19)

“E aquele que blasfemar o nome do Senhor deve ser morto, toda a congregação deve apedrejá-lo” (Levitico 24:16)

“Qualquer um que amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, deve ser morto” (Levitico 20:9)

“O homem que adulterar com a mulher de outro, deve ser morto, tanto o adúltero, quanto a adúltera” (Levitico 20:10)

“Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos terão praticado abominação, devem ser mortos” (Levitico 20:10)

“Se teu olho te fizer pecar, arranca-o, e lança-o de ti. É melhor entrar na vida com um só olho, do que tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno” (Mateus 18:9)

         “As mulheres tem de ser submissas aos seus maridos” (I Pedro 3:1)

         “Se uma mulher é dada como esposa a um homem e este descobre que ela não é virgem, então será levada para a casa de seu pai e a apedrejarão até a morte” (Deuteronômios 22:20,21)

        “E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos, e suas casas serão saqueadas e suas mulheres violentadas” (Isaías 13:16)

        “Agora pois, matar todo homem entre as crianças, e matai toda a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele. Porém, todas as meninas que não conheceram nenhum homem, deixa-as viver para vós” (Números 31:17,18)

       “E aconteceu, à meia noite, que o Senhor feriu a todos os primogênitos, desde o primogênito do Faraó, que se sentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais” (Êxodo 12:29)

      “E destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades [Sodoma e Gomorra], e o que nascia da terra. E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal” [Genesis 19:25,26)

      “E disse o Senhor: destruirei o homem que criei sobre a Terra, desde o homem até o animal, até ao réptil, até as aves do céu, porque me arrependo de os haver feito” (Genesis 6:7)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cogito, Ergo Sum

Qual a sua maior certeza?

Você tem certeza de algo?



Certeza é uma daquelas palavras difíceis de dar significado, tal qual “existência”, “deus”, “tempo”, “bom”, etc. porque, tanto quanto todas essas palavras, certeza é algo bastante relativo.
Certeza é algo muito extremo, pois elimina qualquer possibilidade de “falha”.



Você pode ter certeza que seu time vai ganhar o campeonato (oi palmeirenses), certeza que vai ser promovido no trabalho ou que vai tirar 10 na prova? Obviamente não.
              Você tem certeza que vai morrer algum dia? De que é filho de seus pais? Que é humano? Não.
            Você tem certeza que o mundo existe? Que eu existo? Que você existe? Bem, para responder essa questão, teríamos que responder outra ainda mais subjetiva: O que existe? O que é a existência?


Existe uma “teoria” filosófica (solipsimo) que afirma que todo o universo a sua volta é fruto da sua imaginação, que você é, na verdade, o único ser pensante e que todo o resto não existe, é delírio. Ridículo? Nem tanto. 



Eu não acredito realmente nisso, mas não deixa de ser uma teoria curiosa.
             Você facilmente encontra um louco que tem plena certeza de que é deus, Napoleão, o que o seu amigo imaginário realmente existe. Mas, peraí, quais as chances de eu ser um louco, e tudo que eu vivo ser uma alucinação?


Improvável? Sim. Impossível? Não.
            Sabemos muito bem que nosso cérebro é capaz de criar ilusões tão reais quanto qualquer coisa que você seja capaz de sentir, ver, pegar, etc. Sabemos que grande parte das nossas visões são produzidas e interpretadas por nossos cérebros, assim como nossa audição, olfato, paladar, etc. e sabemos que existem pessoas com alucinações tão “reais” quanto o que é real para você.



Sem contar que tudo o que nós sabemos, nos foi ensinado por alguém, que aprendeu com outro alguém, e assim sucessivamente. Todas as informações são susceptíveis a manipulação, por exemplo, você tem certeza que 1+1=2? E se, na verdade, 1+1=3, e todos estiverem enganados, ou te enganando? E se existir um feiticeiro do mal que lançou um feitiço na cabeça de todos para que todo mundo achasse que 1+1=2 e que feiticeiros não existem?

Pensando nisso, René Descartes formulou sua frase mais conhecida: “Penso, logo existo.”. De muitas interpretações possíveis para esta frase, a mais provável seja que, a única certeza que eu posso ter, é de que existo, pois se não existisse, não estaria aqui pensando nisso. Todo o resto é duvidoso. Todo o resto pode ser fruto de algum delírio, ou pode ter sido posto na minha cabeça por qualquer evento externo.

Portanto, pense bem antes de afirmar algo “com certeza”.
A existência ou inexistência de Deus torna-se pífia quando a sua própria existência, e a do Universo, é colocada em xeque.

PS: Antes que me interpretem mal, não quero convencer ninguém de que o mundo não existe, nem eu mesmo acredito nisso. Desejo apenas mostrar que nada é certo, todos os conceitos são vulneráveis e que não existe certeza absoluta. 
Você consegue conviver com isso?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

É possível viajar no tempo?


Existem várias teorias falando de viagens no tempo, pro futuro e para o passado, mas ao certo ninguém sabe se é possível, são realmente só teorias. Mas umas das teorias mais plausíveis que eu conheço, é a viagem pelo buraco negro. Mas o que é um buraco negro? Buracos negros são pontos no espaço que possuem a gravidade excessivamente alta e por isso atraem tudo para seu centro, inclusive a luz, por isso buraco negro, pois nem a luz escapa dele. Os buracos negros também atraem o espaço, comprimindo-o em um local só, sendo assim o tempo também é diminuído, pois o tempo que levaria de ir para um lugar para o outro não existe mais, pois tudo está em um lugar, sendo assim possível a viagem no tempo. Bom isso é somente uma teoria, quem sabe no futuro não poderemos viajar pelo tempo, paro o futuro e para o passado desfazendo as catástrofes cometidas pelo homem.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Carpe Diem



“O cético não tem ilusões sobre a vida, nem uma crença inútil na promessa de imortalidade. Já que a vida aqui e agora é tudo o que podemos conhecer, nossa opção mais sensata é vivê-la ao máximo.”
 Paul Kurtz

Não são raras as vezes em que sou perguntado como consigo viver sem a ideia de que existe um deus pai que me protege, que me ama e que me promete uma vida eterna perfeita, como eu consigo conviver com a incerteza, ou com a ideia de que terei um fim definitivo, que minhas memórias, que tudo o que eu conseguir, serão completamente apagados com o tempo.

Para ser bem sincero, não posso negar que a existência de um Deus bondoso seria bastante confortável, e, mais ainda, a existência da vida apos a morte. Não posso negar também que já me peguei diversas vezes filosofando a respeito do fim - Do meu, da humanidade, da Terra e do Universo.
Mas, o ser humano possui um complexo de narcisismo e egocentrismo que o impede de admitir a verdade.
Tenho que confessar que por algum tempo, mesmo depois de já não acreditar em Deus, continuei acreditando em almas, em vida eterna (embora não no paraíso) ou em ressurreição, principalmente pelo medo do que seria esse fim.

Mas, depois de muito pensar, não surgiu nenhuma opção mais confortável e plausível, se não aceitar que eu não sou infinito, mas tudo tem um lado bom:
Você já se perguntou o porque da água ser a substância mais essencial a vida e, mesmo assim, ser tão barata? Afinal, apenas surgiram as campanhas para o seu uso racional depois que perceberam que ela podiam “acabar”! Antes (e até hoje) a água é desperdiçada aos montes. Sabem por quê? 
Porque só damos real valor as coisas quando elas são finitas, e, principalmente, raras. O que da valor as coisas não é sua utilidade, é sua raridade.

Sou capaz de apostar como qualquer teísta no mundo vai discordar de mim quando eu dizer que só a visão ateísta e cética do mundo possibilita um aproveitamento total da vida. Que você só vai saber o verdadeiro valor de estar vivo, quando souber o quão improvável e único é estar vivo!

Mas admita por um momento sequer a possibilidade de não haver nenhum deus ou vida apos a morte, e pense, qual a probabilidade de você estar vivo?
Vamos partir do fato mais recente antes da sua concepção: 200 a 500 Milhões é o número médio de espermatozóides liberados pelo homem na ejaculação, 1 é o número médio de espermatozóides que chegam ao óvulo, quando chega. Cada espermatozóide é geneticamente diferente, o que nos leva a crer que resultaria em uma pessoa completamente diferente.

Então as chances de você estar vivo são de 1 em 500 milhões? 
Não, são extremamente menores. Bem, cada óvulo produzido pela mulher também é geneticamente diferente, ou seja, para você nascer, seus pais teriam que copular no momento certo, e o espermatozóide certo teria que chegar ao óvulo. 
 As chances diminuem ainda mais se eu disser que se o seu pai ou sua mãe fossem “diferentes”, você não teria nascido, ou seja, se o mesmo processo improvável não tivesse ocorrido exatamente como ocorreu com seus avós, seus pais não teriam nascido e, por consequência, você também não. Eu posso dizer o mesmo dos seus tataravós, e assim consecutivamente, até chegarmos no “ancestral comum” mais primitivo existente. Se não tivesse ocorrido tudo exatamente como ocorreu, incluindo as piores guerras e desastres, os “casos de amores proibidos”, as gravidez indesejadas, etc., você não estaria aqui. Assim como cada escolha sua resulta em mudanças drásticas não só na sua vida, mas na de milhares de descendentes seus.

Isso tudo sem considerar milhares de eventos anteriores ao surgimento da vida. Posso afirmar que é mais provável que alguém acerte os números da mega-sena milhares de vezes em sua vida, do que este alguém estar vivo.
         E para você que acredita na vida apos a morte, eu proponho uma aposta de pascal diferenciada:
            Viva como se não houvesse o amanhã ou a vida apos a morte, porque, se não tiver, você terá aproveitado, e, se tiver, você não vai ter perdido nada. 
            Viva sua vida o mais intensamente possível, e evite “perder” qualquer segundo que seja. Viva o agora, nunca deixe de ser feliz hoje pelo amanha, muito menos pelo ontem. O que já passou não importa, e você não sabe quanto tempo você tem para viver e aproveitar.
            Esqueça o pecado, esqueça o herege, o proibido, as etiquetas, a diplomacia, esqueça as regras, o certo e o errado. Mas lembre-se, existem outras pessoas querendo viver tanto quanto você, não as atrapalhe.
            A vida é o bem mais precioso que você pode possuir, não a desperdice!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sem post

Desculpe-nos o transtorno pessoal, mas eu e Carlos H estamos em semana de revisão para as provas que vem semana que vem, então por minha parte e parte dele não postaremos. Talvez arranjemos um tempo livre para fazer algo, então ate mais.

domingo, 8 de novembro de 2009

O Deus da Moda



O que é Deus para você?
De uns tempos pra cá, venho percebendo que o Deus judaico-cristão está saindo de moda. Ninguém mais acredita que Deus é um velinho de barbas brancas e que criou o mundo exatamente como consta na Bíblia. Apesar de manter as principais características, o conceito de Deus está se modificando para algo mais amplo, e, consequentemente, mais difícil de ser refutado. 




É óbvio para alguém que tem um mínimo de conhecimento, que a terra não é o corpo mais antigo do Universo, as árvores não surgiram antes do Sol e nós não viemos de um punhado de barro. Por este motivo, as ideias bíblicas tiveram que ser, aos poucos, abandonadas, com a desculpa de que “ela não deve ser interpretada literalmente”. Mas se adaptarmos Deus, dizendo que Ele ocasionou o Big Bang e que rege “pessoalmente” a evolução, quem poderá dizer que não?

A moda agora é “adaptar” seu conceito de divindade para que acreditar Nele não pareça imbecilidade, cientificamente falando, mas mantendo o máximo de características do Deus de sua suposta religião.

A moda agora não é mais dizer que ciência e religião “não tem nada haver”, mas dizer que elas se completam e se corrigem, embora eu não conheça sequer um exemplo de algo em que a ciência e a religião se contradigam e seja a religião quem prove estar certa.

 A moda agora é louvar o “Deus das Lacunas”, batendo constantemente em todos os pontos que a ciência ainda não conseguiu explicar, e dizer que para isso, é necessário um deus. Quando a ciência explicar tal fato, diga que, mesmo não sendo mais necessário, foi Deus quem quis que acontecesse assim.

O que isso significa?
            Que demos mais um passo na Revolução Religiosa, como sempre, rumando ao ateísmo completo da humanidade:
Depois do panteísmo (tudo é deus) dos homens primitivos, quando conseguimos explicar os principais eventos da natureza, surgiu o politeísmo (vários deuses), depois o monoteísmo (deus único) e agora, estamos partindo para um deísmo. Quando a ciência conseguir, finalmente, explicar as maiores dúvidas da humanidade, como “De onde viemos”, “qual a origem da vida”, “o que é a consciência”, etc. não sobrará muitos problemas para Deus resolver.

sábado, 7 de novembro de 2009

Zeitgeist – A Maior História Já Contada



Hoje assisti ao documentário “Zeitgeist – The Movie”, lançado em 2007, que é dividido em três partes, Parte I – A Maior História Já Contada, Parte II – O Mundo Todo é um Palco e Parte III – Não se Preocupe com os Homens Atrás das Cortinas.
Gostei bastante e recomendo, assim que conseguir, irei assistir aos outros dois documentários que o sucederam.
As partes II e III tratam de teorias da conspiração (que, por incrível que pareça, fazem muito sentido), mas o que mais me interessou foi a parte I, que eu vou  tentar resumir para vocês:


Desde o ano 10.000 a.C., o Sol sempre foi, sem dúvida, o objeto mais adorado de todos. Todavia, os povos estavam também atentos as estrelas, e estas, por sua vez, formavam padrões que permitiam “prever” eventos que acontecem periodicamente.
Com vastos conhecimentos astrológicos, estes povos formaram então a “cruz do zodíaco”, representando o trajeto do Sol, através das 12 constelações no decorrer de um ano, os 12 meses, as 4 estações, os solstícios e os equinócios.

As primeiras civilizações, não só acompanhavam o Sol e as estrelas, como personificavam através de mitos, seus movimentos e relações.
Um exemplo da personificação do Sol é Horus, o Deus Sol egípcio (3.000 a.C.):
-Nasceu dia 25 de Dezembro da virgem Isis-Meri;
-Seu nascimento foi acompanhado por uma estrela ao Leste;
-3 reis seguiram esta estrela para chegar até seu berçário;
-Aos 12 anos, era uma criança prodígio;
-Aos 30 foi batizado por Anup e começou seu trabalho;
 -Tinha 12 discípulos e viajou com eles;
-Fez milagres como curar enfermos e andar sobre as águas;
-Se autodenominava “A verdade”, “A luz”, “Filho de Deus”, “Bom Pastor”, “Cordeiro de Deus”, entre outros;
-Depois de traído por Tifão, foi crucificado, morto por três dias e ressuscitou;

Horus foi o primeiro Messias ou divindade com essas características, até onde sabemos, mas não foi o último:
-Attis, da Phygiria, nasceu da virgem Nana, em 25 de Dezembro, crucificado, morto por 3 dias, ressuscitou.
-Krishna, Índia, nasceu da virgem Devaki com uma estrela assinalando sua chegada, fez milagres, teve discípulos e ressuscitou.
-Dionísio da Grécia, nasce de uma virgem 25 de dezembro, fez milagres como transformar água em vinho, conhecido como “Rei dos Reis”, “Filho de Deus”, entre outros, ressuscita.
-Mithra, Pérsia, nasce de uma virgem 25 de Dezembro, teve 12 discípulos, fez milagres, ressuscitou apos 3 dias.

Esses, dentre muitos outros, foram “antecessores” do mais famoso, e último dos “Messias solares” Jesus Cristo.

Mas a questão é: Por que estes atributos? A resposta é puramente astrológica.

A estrela guia é Sirius, a estrela mais brilhante do céu, que em 24 de dezembro se alinha com as 3 estrelas mais brilhantes do cinturão de Órion, conhecidas como “3 reis” apontando para o nascer do Sol. A Virgem, é a constelação.

Outro fenômeno importante que ocorre nesta época é o solstício de inverno. Desde o solstício de verão, os dias ficam mais curtos e frios pois o Sol vai nascendo cada vez mais ao sul. Dia 22 de dezembro, o Sol atinge seu ponto mais baixo no céu, e deixa de se movimentar por três dias, permanecendo nas redondezas da constelação do Cruzeiro do Sul. Só dia 25 de dezembro que o Sol volta a se movimentar, mas dessa vez para cima, ocasionando dias maiores e mais quentes, iniciando a primavera. E assim se diz que o sol morreu na cruz (cruzeiro), esteve morto por três dias e ressuscitou.

Todavia, não se celebra a morte e ressurreição dos Messias solares até o equinócio de primavera, isso porque é só aí que o sol atinge finalmente o seu ápice, causando dias maiores e mais calor.
Outra analogia bastante óbvia entre as histórias dos deuses com o Sol são os 12 discípulos, que representam as 12 constelações do zodíaco, onde o messias, sendo o sol, viaja junto.

Outra analogia extremamente importante, é a de Eras:
Os povos antigos, descobriram que, a cada 2150 anos (ou uma Era), o equinócio de primavera ocorria numa constelação do zodíaco diferente. De 4.300 a.C. até 2.150 a.C. foi a Era de Touros; de 2.150 a.C. até 1 a.C. foi a Era de Áries; de 1 d.C. até 2.150 d.C. é a Era de Peixes;e  a Era de 2.150 até 4.300 d.C. será a Era de Aquário.

No velho testamento, é citada uma passagem em que Moisés se irrita ao ver seus discípulos adorando um bezerro de ouro. Essa passagem se dá pois Moisés representaria a passagem da Era do Touro (bezerro), para a de Áries.

Jesus, por sua vez, simboliza a passagem para a Era de peixes (simbolizado por 2 peixes). Porisso Jesus alimenta 5.000 pessoas com pão e dois peixes; os seus dois primeiros discípulos são pescadores; o fato de só se poder comer peixe (e não carne bovina) na sexta-feira santa; o milagre que Jesus opera no barco pesqueiro, entre outros. O nascimento de Jesus, é, na verdade, o nascimento desta Era, e quando em Lucas 22:10 Jesus, ao ser questionado quando voltará, responde: “Eis que quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água. Segui-o até em casa em que ele entrar.” Está, na verdade, se referindo a Aquário, representada por um homem carregando um cântaro de água, e o “fim do mundo”, nada mais é do que o fim desta Era.