terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Big Bang e a Criação do Universo




Pobre e incompreendida Teoria do Big Bang, constantemente atacada por pessoas que sequer almejam saber o que ela diz e porque é a teoria mais aceita sobre o início do universo que conhecemos.
            O motivo pelo qual as pessoas possuem repulsa pelo Big Bang é claro, e se trata exatamente do mesmo motivo que faz as pessoas terem repulsa pela Teoria da Evolução:
            Ambas as teorias contradizem suas crenças pessoais. Apesar de nenhuma das duas teorias excluírem a possibilidade de haver um deus criador, ambas eliminam a necessidade desse deus e mostram que, mesmo se houver, ele é completamente diferente do relatado em seus livros sagrados.
            E se, mesmo com a Teoria da Evolução, que já é uma teoria aceita por toda a comunidade científica, com centenas de evidências a seu favor, que resiste a centenas de anos a ataques proferidos por pessoas ignorantes sobre o assunto, ainda temos certa resistência de certas pessoas em aceitá-la; imaginem então o que será da Teoria do Big Bang, que se opõe as crenças religiosas ainda mais claramente, e que, por outro lado, possui ainda menos evidências e aceitação no mundo científico. É uma teoria ainda incompleta e incompreendida até mesmo pelos seus idealizadores, trata de um acontecimento extremamente antigo (cerca de 15 bilhões de anos atrás) que sobre o qual não sabemos quase nada.
            Pretendo, neste texto, passar a vocês uma explicação superficial sobre esta teoria, de maneira que todos possam entender:

         
            Durante muito tempo, acreditava-se que o Universo era fixo e estático, sendo igual desde o “início dos tempos” e permanecendo igual até o “fim dos tempos”.
Hoje sabemos que todas as galáxias estão se afastando umas das outras em uma velocidade bastante rápida, e que, quanto mais afastadas, maior a velocidade com que elas se afastam. Mais ou menos com o que aconteceria se colássemos algumas bolinhas de papel em uma bexiga vazia e depois a enchêssemos. 
Com alguns cálculos, chegamos a conclusão de que a aproximadamente 15 bilhões de anos atrás, todo o universo estava reunido em um único ponto, de volume nulo e densidade infinita (algo semelhante com o que ocorre na morte de uma estrela e nascimento de um buraco negro) que chamamos de ovo cósmico ou singularidade.
Este ovo cósmico era sujeito a sua própria atração gravitacional, tornando-se cada vez menor, mais denso e mais quente. Até que chegou a um certo ponto em que a matéria e a energia contida neste minúsculo ponto entrou em colapso e passou do processo de contração para o de expansão. Neste processo, surgiu o nosso Universo. 
Como sabemos (graças a teoria da relatividade), o tempo é relativo, e é apenas mais uma dimensão do nosso Universo, portanto, antes do Big Bang, não havia o conceito de tempo.
Outro fator importante é que, antes do Big Bang, as leis e princípios físicos não existiam, tendo sidos criados após a expansão do ovo cósmico e apenas “dentro” deste ovo, antes disso não há como saber (ainda) que tipos de leis governavam, ou como este ovo cósmico surgiu (ou até mesmo se ele surgiu ou sempre existiu).

Alem da expansão das galáxias, temos algumas outras evidências de que ocorreu a singularidade do Big Bang:
-       Fontes de Rádio e contagens de quasares vs fluxos.
-       A radiação cosmológica de fundo.
-       Abundância de elementos leves.

            A Teoria do Big Bang prevê dois possíveis fins para o Universo, o Big Crunch e a expansão infinita.
A hipótese do Big Crunch sugere que com o passar do tempo a força gravitacional dos corpos no interior do Universo será maior do que a força de expansão do Universo, invertendo novamente o processo de expansão para o de contração, resultando em um novo ovo cósmico. 
Mas a gravidade possui um limite de distância sobre o qual pode atuar, alguns cientistas acreditam que a distância entre as galáxias já ultrapassou este limite, ou que a expansão do Universo vai ocorrer além deste limite. Como resultado, o Universo não voltaria a singularidade, mas ficaria em eterna expansão.
Mas seja qual for o nosso fim, não temos que nos preocupar com ele agora, já que este ocorrerá daqui a muitos (e bota muitos nisso) anos, provavelmente muito tempo depois da raça humana ter se extinguido, da Terra ter virado algo parecido com Marte e a supernova do Sol ter destruído o Sistema Solar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário